A
Ásia com os seus encantos consegue nos surpreender em cada novo sítio que
passamos. Em pleno Sudeste da Ásia, deparamo-nos com uma cidade abandonada
que atravessa grande parte do Noroeste do Camboja. A capital do império Khmer
ostenta uma inacreditável área de 200 km2, embora recentes pesquisas apontem
para 3000 km2. Foi considerada a maior cidade do mundo daquela época, com um
complexo sistema de diques, canais e um reservatório de água para abastecer a
cidade com uma extensão de 8 km de comprimento por 2km de largura, dezenas de
templos e palácios com as suas imponentes torres, indescritíveis, construídos
com um número incalculável de pedras. Um lugar misterioso que permanece
inesquecível para quem por lá passa. Há quem a considere um dos tesouros
arqueológicos mais importantes do mundo. Uma das maravilhas do mundo é
certamente! A sua história é riquíssima e entristece saber que durante tantos
anos, esta preciosidade foi esquecida no meio da selva. Descoberta por
franceses, hoje conta com dezenas de monumentos a visitar. Tem uma história
riquíssima e uns detalhes que continuam visíveis, mesmo para nós uns leigos na
matéria e que a visitamos de passagem. Não vou descrever a sua história, porque
essa pesquisa só por si faz-nos viajar no tempo! Mas não resisto em destapar um
pedacito do que vi. Não por ser o templo mais conhecido, ou o mais falado, mas
a visão do templo Ta Prohm, completamente dominado pela natureza é apenas
extraordinário!!! Um lugar de culto que actualmente só me faz lembrar um filme
de terror. Não me interpretem mal, mas aquelas raízes gigantescas parecem uns
tentáculos que engolem aquelas imponentes paredes de pedra cheias de relevo. Um
dos fenómenos da natureza que mais me impressionou até hoje, confesso!
Assustador ou não, é um lugar onde damos largas à imaginação! E se a
criatividade não for o nosso forte, basta relembrar a cena do filme “Lara
Croft: Tom Raider” com a Angelina Jolie. Um dos muitos cenários únicos e
memoráveis. Por mais tentador que seja, não coloquem este templo como o vosso
objectivo da visita. Cada templo tem a sua particularidade ou deverei dizer…
suas particularidades, dignos de contemplação. Confesso…só me vem à cabeça o
inimaginável e magnífico templo Bayon! Não consigo encontrar um adjectivo à sua
altura! Mas mais não digo…
A esta altura, perguntam “Porque
visitar uma cidade de templos durante 2 ou 3 dias?!” E eu respondo: “E porque
chegamos ao final do dia, após andar kms, ainda queremos continuar???!” Será
aquele cenário no meio da selva, aquele silêncio, a antiguidade, a ornamentação,
a arquitectura, os impressionantes vestígios de engenharia, ou aqueles
segredos escondidos?! Não sei! Só sei que ficamos com a sensação de estar
noutra época, de estar num sítio diferente de qualquer outro no mundo! Aquela
sensação ao entrar por aqueles sítios adentro, observar os detalhes, imaginar o
seu significado, tentar perceber o que pensavam na altura, olhar pela janela e
ver um cenário de contrastes, subir aqueles degraus e a céu aberto conseguir
ver tudo o que o rodeia…domina-nos! Sentir o silêncio! E mesmo com aquela
temperatura quente, não conseguimos parar. Só mesmo nas sombras das árvores que
nos vão surgindo a cada passo. Árvores com centenas de anos, que nos deixam
boquiabertos… É um misto entre natureza e obra do homem que nos faz viajar no
tempo! E porque os fenómenos da natureza insistem em nos acompanhar, de
repente, o Sol radioso é substituído por nuvens que trazem uma chuva torrencial
mas refrescante. Mas nem assim nos convencem! Vestimos as capas da chuva, e
continuamos a explorar. E para que não se assustem, existe a
possibilidade de fazer a visita de tuc-tuc. Acompanha-nos até junto dos vários
templos, se assim o desejarmos, ou então, optamos por passear pelos pequenos
trilhos e utilizar o tuc-tuc nas maiores distâncias.
Só não existe argumento para não
visitar um dos sítios mais ricos e emblemáticos do mundo! Imperdível!
Para quem estiver interessado nalgumas dicas práticas para que possam usufruir o máximo de tempo possível a explorar esta surpreendente cidade perdida, contacte.
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